Tem gente
dizendo que estou ficando doido... Será? Ultimamente tenho escrito com certa
pessoalidade. Isso para extravasar o que me passa na alma, e mostrar o que
tenho entendido, durante os meus 63 anos de busca incessante. E deixar de
generalizações...
Como já disse,
quando escrevo, crio para mim mesmo um lugar de reflexão, tentando colocar
minhas idéias em ordem, e sinto certa ânsia de transmitir uma liberdade que
tenho conquistado, para que as pessoas também possam conhecê-la. Afinal, “foi
para a liberdade que Cristo me libertou, e não posso mais me submeter a nenhum jugo
de escravidão” (ver Gálatas 5: 1)
Desde o início
tenho escrito que a ênfase é o Evangelho da Graça, que “é brutalmente
depreciado quando os cristãos sustentam que o Deus transcendente só pode ser
honrado e respeitado adequadamente negando-se a bondade, a verdade e a beleza
das coisas deste mundo”, como escreveu Brennan Manning. E Deus se fez verdadeiramente
homem em Jesus, igualzinho a nós (exceto no pecado), mas muito além dos limites
da humanidade como a conhecemos, de modo que Ele pode ser tudo que somos e não
somos.
Jesus cumpriu
toda a Lei por nós, e não vivemos mais pela Lei, e sim pela Graça.
O período da
graça em que vivemos – esse mistério de Deus com esse Seu amor maravilhoso e
desconcertante – será que conseguimos compreender isso? A graça está repleta no
meu dia a dia, na natureza, na lua, nas estrelas, em filmes, livros, romances e
música contemporâneos. Contemporâneos? Sim! Contemporâneos. E viver pelo evangelho da
graça nos conduz ao que Teilhard de Chardin chama de “a redondeza divina” – um
universo repleto de Deus e permeado de Cristo, um mundo carregado com a
grandeza de Deus. O Evangelho da Graça brada aos quatro cantos “nada poderá me
separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, meu Senhor” (ver Rm 8: 39). O
Amor de Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente. “O amor de Cristo nos
constrange” (2 Coríntios 5:14).
E mesmo
sabendo disso, fico sempre apegado à idolatria de mim mesmo, buscando
popularidade, fama, dinheiro, julgando as pessoas, acumulando mágoas e
ressentimentos, buscando poder, fofocando, semeando discórdias... Em suma, fico
“apegado em bijuterias baratas quando a pérola de grande valor está sendo
oferecida”.
A Palavra de
Deus diz que “Cristo Jesus deu a Sua vida para que todos fiquem livres dos seus
pecados. Esta foi a prova, dada no tempo certo, de que Deus quer que todos
sejam salvos” (1 Timoteo 2: 6 NVLH), ou seja, JESUS VEIO PARA SALVAR TODA A HUMANIDADE
– todos somos salvos, MAS, tenho que receber esse cuidado e esse amor de Deus
por mim – assumir esse cheque endossado, essa carta de alforria – CRER: “Diga a
Deus as palavras de boas vindas: ‘Jesus é meu Senhor’. Receba de corpo e alma a
obra de Deus, Seu agir em nós, como no ato de ressuscitar Jesus.
É isso. Você
não está “fazendo” nada, está simplesmente pedindo ajuda a Deus e confiando
Nele, para que Ele o faça. Salvação é isso. Com todo o seu ser, você aceita o
agir de Deus para consertar a situação e pode dizer em alto e bom som: ‘Deus
acertou tudo entre eu e Ele!”’(Ler Romanos 10: 9-10 NVLC) – e viver a vida transformada,
mudando a maneira de pensar, porque chegou uma nova maneira de viver a vida (o
Reino de Deus). Essa é uma condição sem a qual não tem como assumir a salvação
– “sine qua non”.
É claro que eu
não sou capaz de salvar a mim mesmo, por mais dedicado, esforçado, caridoso,
“santinho”, rezador, sincero que eu seja. Jesus Cristo já fez tudo por mim,
como já escrevi: “a conta já foi paga”.
Ser cristão é
receber o cuidado e o amor de Deus em Jesus Cristo, aceitar a graça, esse dom
gratuito me dado por Ele, sabendo que somente através dela é que posso ter a
ousadia de esperar me tornar mais como Cristo.
Para a maior
Glória de Deus. Amém.
Emanuel Braz
de Matos



